I
Berrego com mau feitio
Pelo feitio do pão
II
Berrego com mau feitio
Pelo feitio do pão
Das fábricas com trabalho a feitio
E do feitio em repoiso nos campos
III
Berrego com mau feitio
Pelo feitio do pão
Onde pára o feitio do homem-estado
Que por mares nunca antes navegados
Assinalavam o feitio da ocidental praia lusitana
IV
Berrego com mau feitio
Pelo feitio do pão
Não há barões
Nem armas
Nem mares
Há
Desespero. desânimo. desalento pelo feitio do pão
Inspirado – Os Lusíadas de Luís de Camões, Canto I
joãomestreportugal
segunda-feira, 11 de abril de 2011
domingo, 6 de fevereiro de 2011
Garimpeiro
Destreza na peneira
Mestre do olhar
Agita a cupidez
Perlustra leiras
Na água
Paira a vida
Ora abutre
Ora primavera
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Solidificação do Belo
Os jardins a florir
E a lua sempre a
Nascer e morrer
Ser ou não ser, eis a questão
Talvez um estrangeirismo aformoseie:
“to be, or not to be”
Ou
Uns e os outros
“Les Uns et les autres”
Adito apenas arte à estética
O belo aos sentidos
Mesmo que apenas conte cinco
A emoção existe
A morte;
O nascer;
A lua;
Os jardins;
Poderá ser:
Bolero de Ravel
Trauteando [meticulosamente]
Imagens em pautas de música
E a lua sempre a
Nascer e morrer
Ser ou não ser, eis a questão
Talvez um estrangeirismo aformoseie:
“to be, or not to be”
Ou
Uns e os outros
“Les Uns et les autres”
Adito apenas arte à estética
O belo aos sentidos
Mesmo que apenas conte cinco
A emoção existe
A morte;
O nascer;
A lua;
Os jardins;
Poderá ser:
Bolero de Ravel
Trauteando [meticulosamente]
Imagens em pautas de música
domingo, 5 de setembro de 2010
Ponto vernal
Atapetam-se jardins
De flores
Colhem-se novas cores
- É o ponto vernal
Adossado
Chalaceia o caminheiro
Do inverno
- O solstício ainda vem longe
Solfejam alegria
Andorinhas
Em pomares de fartura
Abrem-se:
Janelas de esperança
De flores
Colhem-se novas cores
- É o ponto vernal
Adossado
Chalaceia o caminheiro
Do inverno
- O solstício ainda vem longe
Solfejam alegria
Andorinhas
Em pomares de fartura
Abrem-se:
Janelas de esperança
sábado, 28 de agosto de 2010
Microretrato
Captei
O instantâneo do olhar
Enorme
Como os olhos
Desfolhei
A verdade desejada
Na Mentira
Sentida
Abstruso
Guardei:
Microretrato
Na dor do saber
A verdade que coube
O instantâneo do olhar
Enorme
Como os olhos
Desfolhei
A verdade desejada
Na Mentira
Sentida
Abstruso
Guardei:
Microretrato
Na dor do saber
A verdade que coube
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Desilusão
Implosão.
A luz liquefez-se
No momento
Dissolvida
A imagem:
Deixou de ser
Vivem agora:
Em mim
Lembranças
A luz liquefez-se
No momento
Dissolvida
A imagem:
Deixou de ser
Vivem agora:
Em mim
Lembranças
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Desabafo [em arrogância] verbal
Eu escrevo:
logo sou, existo
- penso
Tu não escreves:
logo não és, não existes
- nunca pensas
Ele não escreve:
logo nunca é, nunca existe
- nunca pensa
Nós escrevemos:
obviamente somos [estou cá EU], existimos
- pensaremos [continuo por cá, EU]
Vós não escreveis:
logo nunca sois, nunca existis
- nunca pensareis
Eles nunca escrevem:
logo nunca são, nunca existem
- nunca pensarão
Está no vosso olhar a melhor leitura, aquela que mais vos aprouver.
Eu letreio a caligrafia encarnada.
logo sou, existo
- penso
Tu não escreves:
logo não és, não existes
- nunca pensas
Ele não escreve:
logo nunca é, nunca existe
- nunca pensa
Nós escrevemos:
obviamente somos [estou cá EU], existimos
- pensaremos [continuo por cá, EU]
Vós não escreveis:
logo nunca sois, nunca existis
- nunca pensareis
Eles nunca escrevem:
logo nunca são, nunca existem
- nunca pensarão
Está no vosso olhar a melhor leitura, aquela que mais vos aprouver.
Eu letreio a caligrafia encarnada.
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