Matei-me por amor
Uma desgraça
Nunca morre só
sábado, 31 de julho de 2010
Infindo
Das mãos
Eclodiu com suavidade
A ideia
Acorrentada a um fio de azeite
Cresceu
Talvez imenso
Deixou de ser apenas um substantivo comum
Adjectivou-se com superioridade
Excedeu as preposições
Esgotada
Tombou livro
Eclodiu com suavidade
A ideia
Acorrentada a um fio de azeite
Cresceu
Talvez imenso
Deixou de ser apenas um substantivo comum
Adjectivou-se com superioridade
Excedeu as preposições
Esgotada
Tombou livro
Marcas eternas
Apaixonei-me
Numa rua que ainda existe
O beijo
Um ferrete para marcar tempo
A janela:
Ainda tem os meus olhos
Cachoeiras
Numa rua que ainda existe
O beijo
Um ferrete para marcar tempo
A janela:
Ainda tem os meus olhos
Cachoeiras
Viagem
O tempo sorveu um corpo
A concupiscência
Que albergou a sensualidade
É agora uma figura geométrica
O varão
Outrora, prazer
Recumbiu-se
Ao futuro
A concupiscência
Que albergou a sensualidade
É agora uma figura geométrica
O varão
Outrora, prazer
Recumbiu-se
Ao futuro
Tempo
Sacudi a noite na primeira janela da manhã
Restos de sonhos
As orvalhadas…
Já se fazem sentir
E as noites outrora lúdicas
Hoje, fadigoso
Restos de sonhos
As orvalhadas…
Já se fazem sentir
E as noites outrora lúdicas
Hoje, fadigoso
Depois do Outono
A chuva apronta a faina da terra
Escala o sol
Em cada raio solar
Uma gotícula, uma refrega
Às nuvens:
O Inverno amanha o rigor
Escala o sol
Em cada raio solar
Uma gotícula, uma refrega
Às nuvens:
O Inverno amanha o rigor
A Dama das Camélias
A Dama das Camélias
Colheu um sorriso
Deletreou um desejo
A uma pétala lilás
Alentada
Ainda que remotamente
Um dia
Será menina
Colheu um sorriso
Deletreou um desejo
A uma pétala lilás
Alentada
Ainda que remotamente
Um dia
Será menina
Plantação
Plantei uma lágrima
Era azul
Cobri-a de terra pura
*
Um dia
Será
*
Amendoeira em flor
*
Branca
Era azul
Cobri-a de terra pura
*
Um dia
Será
*
Amendoeira em flor
*
Branca
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